A tarde da vitória do Grêmio diante do Bahia foi marcada por uma série de protestos contra o racismo, uma tentativa de apagar a imagem deixada pela atitude discriminatória sofrida pelo goleiro Aranha. Por outro lado, também teve cânticos entoados pela Geral com a palavra "macaco". Após o jogo, o presidente Fábio Koff revoltou-se contra a atitude da organizada.
— Eu tenho a lamentar, de novo, os cânticos racistas, que não cabem dentro de um estádio. Não há como o Grêmio admitir, como instituição. Estamos enfrentando problemas com torcedores com muito rigor. Temos sofrido as consequências por isso — destacou, para depois completar:
— Hoje uma facção da torcida praticamente acaba com a tese do Grêmio (no julgamento de quarta-feira). Parece que propositalmente querem acabar com a tese do Grêmio. Que torcedor é esse que vai ao estádio para prejudicar o seu clube.
Nos minutos finais do primeiro tempo, torcedores no setor da arquibancada norte, onde a organizada se posiciona, entoaram cânticos com a palavra "macaco" se referindo ao Inter e seus torcedores. Foram imediatamente repreendidos com vaia pela maioria dos gremistas presentes. Na sexta-feira, a Torcida Jovem emitiu nota em que prometeu suprimir de seus cânticos a alcunha comumente utilizada por gremistas para designar o rival.
Com exceção dos cantos atrás da goleira, o jogo foi repleto de demonstrações de repúdio ao racismo. Antes da partida, um vídeo com mensagens contra o preconceito racial foi exibido nos telões do estádio. O Grêmio entrou em campo carregando uma faixa com a inscrição: "somos todos azuis, pretos e brancos. Chega de racismo".
Pelas arquibancadas e cadeiras da Arena, as manifestações contra a intolerância se espalharam. Mensagens em cartazes levados pelos torcedores procuravam explicar que o episódio de quinta-feira não significa que o Grêmio e seus torcedores são racistas.
Fonte: Clicrbs